domingo, 25 de fevereiro de 2007

Cemitério de Pianos

«à procura, procura do vento. Porque a minha vontade tem o tamanho de uma lei da terra. Porque a minha força determina a passagem do tempo. Eu quero. Eu sou capaz de lançar um grito para dentro de mim, que arranca árvores pelas raízes, que explode veias em todos os corpos, que trespassa o mundo. Eu sou capaz de correr através desse grito, à sua velocidade, contra tudo o que se lança para deter-me, contra tudo o que se levanta no meu caminho, contra mim próprio. Eu quero. Eu sou capaz de expulsar o sol da minha pele, de vencê-lo mais uma vez e sempre. Porque a minha vontade me regenera, faz-me nascer, renascer. Porque a minha força é imortal.»

Aqui fica esta sugestão de leitura, de um jovem autor português do qual eu gosto muito: José Luís Peixoto. A sua forma de escrever é extremamente poética, mesmo quando o texto é em prosa, brinca com as palvras de forma subtil, construindo jogos narrativos que nos envolvem e prendem como uma teia.

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